Thursday, September 16, 2010

Deixa eu te contar uma história... (parte 3)

"Fé, quem lhe acredita? Apenas um único Deus a quem se submete, uma lei de quem evita. O pecado em que a alma habita..."

- Gosta de poesia?
- Gosto sim, eu escrevo as vezes também... - é uma parte de minha vida que não contei aqui, escrevo poesias, a maioria eu não acho que ficaram interessantes e simplesmente jogo fora - ... mas não acho que eu escreva bem.
-  Pois eu acho que é um poeta e tanto! Mesmo sem olhar suas poesias, quem normalmente nega que tem talento o tem de sobra.
- Eu duvido, mas então você tem problemas com religião, não é? Esse poema aqui além de estar marcado com um adesivo de estrela, também lhe parece cair como uma luva, você tem esse ar de insegurança quanto ao que decidir.
- Não acredito em religiões, somente em Deus. Também não gosto de escolher, ou mesmo que me olhem diretamente nos olhos como quem cobra algo, talvez seja a tal insegurança que você disse.
- É sim, eu sei como é, sou assim.

Nada mais do que a realidade, insegurança é meu calcanhar de aquiles. Tê-la me atrapalhava em todas as decisões, em todos os sentidos. Em relacionamentos, em escolhas, em humor, na vida. É como se sentir inferior, mesmo que me dissessem o contrário. A garota estava ali para mudar esses meus conceitos, e eu nem sabia...

- Pois é, complicado ser dessa forma, não é?
- Sim... - procurei reparar seu corpo, ela estava linda, vestia um vestido vermelho como se fosse a rainha da Dinamarca, nada de maquiagem, o cabelo solto da mesma forma com que a vi pela primeira vez, mas agora com mais brilho. Nos cabelos e nos olhos, que agora oscilavam entre um azul claro (da cor do céu) e uma espécie de cinza azulado, como se fosse a lua em uma imagem ainda mais bonita. Parei de repará-la, pois já encontrava-se envergonhada ao perceber que lhe reparava. - desculpe, você é muito linda.
- Ah...eu não acho que eu seja, mas de qualquer forma obrigado. - As bochechas rosadas dela indicavam que, além de ficar envergonhada, ela teria gostado do elogio.
- Eu também não acredito em religiões,  nem no amor.
- Não entendo qual a relação entre os dois, por que não acreditar no amor? Mesmo que você tenha se decepcionado, o que acontece normalmente quando desacreditamos em algo, não há como negar a existência de um sentimento...
- Eu me decepcionei sim, não acredito naquele amor perfeito dos cinemas, e sim no sentimento puro. Sempre há uma pessoa que gosta mais do que a outra, não é uma troca igualitária. Nunca.
- Talvez eu pense da mesma forma, "Não há no amor algo perpétuo, mas há no perpétuo algo do amor. Mesmo que seja apenas uma flor qualquer em um jardim que já não floresce mais".
- Gostei, é de algum de seus livros?
- Não, eu mesmo que fiz. Também escrevo.
- Pois você sim tem talento, deveria escrever um livro!
- Não exagere - a garota deu um riso desconcertado - apenas escrevo para mim mesma, pra desabafar, sabe?
- Pois seus desabafos venderiam milhões!
- Gosto do seu jeito de querer elevar minha auto-estima, fazia tempo que alguém não me elogiava dessa forma.
- Eu apenas falei a verdade, não se desmereça, você merece mais do que viver nessa cidade vazia e sem vida.
- E você também merece mais do que isso - disse Alice, enquanto se aproximava cada vez mais de mim, de uma forma que eu não estava acostumado - você merece uma paixão, um horizonte de novos acontecimentos.

Ela se aproximou demais, eu não estava acostumado com uma mulher tão próxima assim de mim desde meu último relacionamento, que fora dois anos antes de conhecer Alice. O perfume dela tinha um quê de doce, de provocativo, e me convidava para me perder naqueles lábios que, sem maquiagem nenhuma, me chamavam para perto, a fim de encostá-los delicadamente e aproveitar o prazer da maciez que eles demonstravam. Beijá-la naquela hora seria perfeito! Mas eu não pude, parte por insegurança e medo de sofrer, parte por simplesmente não saber qual era a sua banda e filme favoritos.

- Seus móveis... - falei arfando, ela realmente tinha me provocado o suficiente para que eu sentisse uma certa falta de ar e os batimentos do coração acelerados. Quis me afastar, "se é para envolver-se novamente em outro relacionamento, que seja após conhecê-la bem", não me sentia seguro em beijá-la naquela hora. - precisamos montá-los, já está tarde e acho que você está cansada e deve querer ir dormir antes da meia-noite.
- Na verdade não estou com sono... - disse ela, com um certo ar de insatisfação e decepção. - Mas está certo, vamos montá-los.
- Desculpe...ainda não estou pronto para um novo relacionamento.
- Eu te entendo, mas acho que deveria estar, eu senti seu coração bater mais forte quando encostei minha mão em seu peito.
- Talvez, aos poucos, eu me acostume com essa idéia, por enquanto eu simplesmente não posso.
- Tudo bem, eu te espero. Vamos aos móveis! - agora um sorriso singelo e sincero ecoava em seu rosto, me senti acolhido com ele.

Foi assim que passamos dois meses, nessa amizade mais do que colorida, tomamos café juntos, fomos a shows, peças de teatro, parques...Tudo o que há tempos eu não vivia. Eu me sentia bem ao lado dela, estava aprendendo a amá-la.

- "12 de Julho de 2008, um Eclipse vermelho bate na rodovia 239 contra uma das grades de proteção da estrada, o carro caiu de um penhasco de 200 metros e explodiu. O motorista Rodrigo de Freitas, 25 anos morre na hora. A passageira Amanda Grughër foi levada ao hospital, mas morreu na ambulância. Peritos falam que o carro andava a 230km/h na hora da batida."
- Onde você pegou isso?!?!
- Ela parecia ser linda, você tem bom gosto. Procurei sobre você, queria saber um pouco mais, vi em algumas fotos essa Amanda, foi ela quem te decepcionou?
- Sim, foi.
- Você não me disse que tudo acabou porque ela morreu, desculpe...
- Mas não foi por isso, nós terminamos nesse dia, ela me trocou por esse tal Rodrigo...
- Você não liga que falem disso? Sei lá, parecia gostar bastante dela...
- Eu ligo, me arrependo por não poder dar o presente que comprei a ela...
- E o que era?
- Um anel de noivado, ela me deixou porque eu fui indeciso para decidir se nos casaríamos ou não. Na verdade eu esperei até aquele momento, quando eu fui falar ela me interrompeu com essa história de que tinha conhecido outra pessoa que a fazia mais feliz do que eu a fiz.
- Foi realmente um gesto admirável você se preparar para lhe dar o anel,  uma pena ter acontecido essa tragédia. As duas, ela te deixar e depois morrer num acidente de carro, é trágico, não sei como você superou isso...
- Não negue, você passou por algo parecido, perdeu seu marido há dois anos. Apenas não passou pela frustração de ser deixada para trás antes disso...
- Ele me traía, morreu assassinado pelo marido de uma das amantes dele, eu mesmo o mataria se tivesse a chance.
- Não fale assim, você não é uma asssassina.
- Não gosto de falar sobre isso, podemos mudar de assunto?
- Também não gosto.
- Desculpe...eu apenas quis saber um pouco mais sobre você.
- Você já sabe o que precisa saber - aproximei dela lentamente, eu queria sim beijá-la, não aguentava mais negar esse sentimento - ...eu te quero.

E aconteceu, o mundo pareceu explodir, o tempo parou e durou frações de segundo mesmo parado.Eu já não sentia meu coração bater, mas podia sentir o dela e o calor em seus lábios indicavam que ela, assim como eu, estava apaixonada por aquele momento, por nós. Por mim. Quem diria...
Nos deixamos levar, aquele dia tivemos nossa primeira noite de paixão, não somente de amizade. Dormimos juntos, acordamos juntos e tomamos café. Mas tudo dura pouco, minha teoria sobre relacionamento se perderem dentre obstáculos cada vez maiores só aumentou, a cada dia de minha vida eu penso se fiz a escolha certa e chego sempre a mesma conclusão. Não.

- Meu visto aqui em Londres está vencendo...vou precisar partir de volta ao Brasil.
- Ok, eu preparo a mala, iremos juntos...
- Não quero que você vá.
- Por que? Não entendo...
- Alice, você tem uma vida inteira feita aqui, ama a casa que tem, o ar que respira. Até mesmo as plantas que rega todos os dias, não posso privar você disso por um erro meu com a imigração.
- Mas eu quero partir com você, lembra dos conceitos que mudamos juntos? Tenho a necessidade de estar perto de ti...
- Você tem necessidade de si mesma, da sua vida. Não tente abandonar tudo só por um relacionamento.
- Mas... - nesse momento caiu uma lágrima de seus profundos e lindos olhos azuis, senti um aperto no coração como se tivessem me dado um tiro a queima roupa - ...eu te amo.
- Não faça as coisas ficarem mais difíceis do que já estão sendo, estou tentando ser forte.
- Diz que me ama.
- O que? Mas não adianta mais o que eu penso ou sinto, é irreversível essa situação..
- Apenas diga se me ama verdadeiramente! - ela gritou, como uma garota desesperada por terminar com seu primeiro namorado, nessa hora não me segurei mais. Uma lágrima saltou para fora de meus olhos, tive que me controlar para não saltar um rio delas.
- Eu te amo, como nunca amei alguém, eu te quero mais do que tudo na minha vida. Você mudou tudo o que eu pensei ser a minha verdade, você me fez sentir vivo novamente. Seu rosto estará para sempre na minha memória, e mesmo que um dia eu chegue a ter Alzheimer ou algo parecido, eu lutarei com todas as minhas forças para não esquecer desse seu rosto lindo, o qual eu me apaixonei todos os dias nesses 6 meses. Acredite, desde o dia que te vi passei a admirá-la. E por fim me apaixonei.

Ela me abraçou de uma forma aconchegante, materna e molhada pelas suas lágrimas que escorriam naquele rosto ainda sem maquiagem. Ela sabia que eu não gostava de maquiagem desde o começo, nunca precisei falar nada sobre isso.

- Você volta? - o olhar dela era como o de um gato pedindo carinhosamente ao dono um pouco de carinho. Eu queria voltar, aliás, eu não queria nem sair. Mas não podia ter certeza de mais nada...
- Sim, eu prometo.
- Promessas me dão medo, sempre me decepcionam com elas, porque nunca cumprem o que foi prometido.
- Eu voltarei, nem que seja para te buscar e fugir, mas não abro mão de ver esse seu rosto novamente, quero formar nossa familia em poesia.
- "Eu volto a lhe buscar meu amor, flor espere somente o brotar, você nasce a partir de hoje, e morre somente quando eu voltar. Comigo".
- "E enquanto me espera, vamos dançar com o vento, eu imagino te levar em rodopios de uma valsa, você imagina sentir o calor do salão e o suor de nosso perfume em uma só mistura".
- Eu te espero, mesmo que seja eternamente.
- Não vou demorar tanto tempo assim...tome esse bilhete, prometi a mim mesmo que te entregaria quando eu estivesse de partida.

"Volto na nossa terça-feira". Somente ela poderia entender esse recado, nos conhecemos em uma terça-feira, nos amamos em uma terça-feira, nos deixamos a sós em uma terça-feira. E está chegando a terça-feira do nosso reencontro. Preciso revê-la, não nos falamos desde aquele dia, agora enfim está chegando o fim da minha agonia de somente esperar. 

Continua

PS: Eu sei que está demorando pra terminar, é que me empolguei na história, falta apenas uma parte.

Monday, September 13, 2010

Deixa eu te contar uma história... (parte 2)

Sempre achei que encontros ocasionais nunca levariam a nada, poderiamos até achar a pessoa bonita, interessante coisa e tal, mas sempre uma das partes se interessaria menos ou mesmo não teria nenhum interesse. A vida não é fácil como nos filmes, onde o homem encontra sua mulher no supermercado enquanto compra refrigerantes, e já a convida pra sair...Isso não existe.

Mas existiu para mim naquele dia:

- Oi, você é meu vizinho ali do lado não é?
- Eu ahn...é, eu...sou sim...
- Prazer, meu nome é Alice, qual é o seu?
- Ricardo...
- Tudo bem Ricardo? Você parece meio pálido...
- Eu...ah sim, sim, estou bem, é que...
- Acho que entendi, fui muito direta né? Talvez você não esteja acostumado a puxarem papo assim com você...
- Não, não é isso...eu apenas estou um pouco cansado, talvez eu deva dormir. É, dormir, acho que é isso.
- Bom, tudo bem...eu vou colocar essas caixas dentro de minha nova casa, você me ajudaria depois a montar novamente os móveis? Tenho muitos móveis de madeira, herança de minha vó, são lindos...
- Está ok, eu ajudo sim...
- Ok, as 3 da tarde, tudo bem? É que preciso o mais rápido possivel...
- Combinado - sorri meio disfarçadamente, como se tivessem engolido meu riso antes que ele se mostrasse por inteiro - estarei lá. Quer dizer, aí...Preciso ir, até mais.
- Até.

"Até" . Seria tão simples uma despedida assim, claro, se não fosse o sorriso dela ao dizer isso. Foi lindo,  me encheu de um sentimento que há tempos eu não sentia, há muito tempo eu achava que não haveria mais de sentir...Andei em passos largos até minha casa, praticamente corri.Ela estava certa...Ela foi direta, eu não estava acostumado a fazerem isso comigo. Fiquei confuso e sem fala. Idiota que sou. Talvez não aconteçam cenas de filmes românticos para mim porque os galãs são sempre bem articulados, penteados e entusiasmados. Eu sou inseguro, tenho um cabelo que me odeia e olha só: Sou depressivo. É, não sou um galã de filme romântico. Nem chego perto disso.

Mas algo me dizia que ela não se importava, o sorriso pareceu tão sincero e cheio de significado, pareceu que ela queria mesmo me conhecer,  talvez sermos bons amigos tomando café a noite enquanto falamos de nossas vidas. Ou talvez mais do que isso, seria melhor não pensar. Não pense, não pense. Melhor dormir.

Acordei atrasado, para o que mais tarde identificaria como sendo uma espécie de encontro, estranho, mas um encontro. Toquei o interfone.

- Então, é...eu cheguei atrasado, desculpe, ainda precisa da minha ajuda?
- Claro, porque não? Pode entrar.

Dentro da casa dela tinha um  espaço gigantesco totalmente vazio, uma cama já montada em um dos cantos, onde parecia ser a sala (achei estranho, mas talvez ela tenha montado e fosse colocar depois no quarto, não sei), mais a frentre haviam milhares de caixas e alguns móveis de madeira desmontados. "Herança da vó dela", pensei. Me assustei ao ver algumas fotos dela com outro homem que aparentava ter a minha idade, torci fervorosamente para que fosse seu irmão ou coisa do tipo.

- Olá - quase me assustei ao ver ela saindo do banheiro de roupão, parecia estar envergonhada, logo não associei ela por coincidência aparecendo de roupão, como um convite para algo mais. - desculpe, vou me trocar, já volto...

Não respondi, ver ela quase desnuda me fez perder o pouco de voz que ainda me restava depois de uma semana gripado e gritando feito louco em meu trabalho. Algo naquela casa me chamou a atenção naquele instante (além da imagem dela de roupão em minha mente), uma coleção de livros de poesia.

Continua...

Tuesday, September 07, 2010

Deixa eu te contar uma história... (parte 1)

Dizem, seguindo pelas estradas escuras do limite da alma, que a felicidade o encontra e lhe dá carona. Eu mesmo nunca vi, espero ser verdade. Mas já que tanto faz como fez, não importa o que sonho agora, se meus sonhos são os vazios mais cheios de significados que já vi.

Só tento me lembrar daquela terça-feira...

Um dia qualquer pensa você, hum...me diga, o que há de saber do que tem por dentro de si? Enfim, não fora qualquer terça-feira, era o dia em que começava meu fim. Bela estrofe poética para uma música, não acha? Pois bem, meu fim começa ao entardecer daquela terça-feira. As manhãs particularmente não me atraem. Idéias de que a vida dura mais caso hajam 24 horas por dia são as mais puras ilusões, que tenhamos apenas dezesseis! O intervalo das quatro da manhã ao meio dia é oco e sem significado. Claro, tiremos também a necessidade de dormir, já que é tão frustrante sonhar coisas belas e acordar na sua realidade fria. Mas como dizia, naquela terça-feira conheci uma bela moça, não digo-lhes bela como uma deusa perfeita e cintilante, mas bela no sentido mais puro da palavra. A beleza dela me fazia bem.

Cabelos longos até a cintura, da cor de café recém feito na manhã (ah, essa manhã que me segue!). Eram também dispostos de uma forma que, até mesmo se tentassem o bagunçar em uma brincadeira qualquer, bastava uma passada de mão dentre eles para que estivessem novamente dispostos da forma que os vi.

Seu rosto formava uma espécie de morango, com sua forma igual e algumas pequenas sardas na bochecha, sua aparência era de uma garota tímida, quieta, e, consequentemente, simpática. Do corpo não me lembro muito bem como era da primeira vez que a vi, prefiro reparar nas feições do rosto. Vale muito mais um rosto belo do que um corpo perfeito. Mas o que mais me chamou a atenção foram seus olhos, azuis da cor do céu daquele dia, encaixavam-se como um desenho perfeito em seu rosto. Contudo eram profundos e tristes, indicando que um dia ela já sofreu por alguém. Não sei quem, até hoje.

Eu a vi enquanto caminhava de volta para minha casa, estava de mudança, “indo embora ou chegando?”. Chegando, para minha alegria naquele dia monótono, apenas pensei “estou tão cansado e distante hoje, amanhã procuro o que dizer, talvez...não sei”. É, eu não sabia. E talvez não queria realmente saber, estava sem disposição para novos desafios, venenos, duelos, guerras...Enfim, todos esses sinônimos para relacionamentos.

Continua...

Friday, September 03, 2010

SÓ...

Solidão é uma palavra ingrata
Egoísta por si só
Que só no seu dizer
Preenche todo o vazio.
Solidão é a composição
Do que se esqueceu
Do que não se tem, perdeu
Partiu com o tempo.
Solidão é o só mais o vão
É a dor aguda na apêndice da alma
É a lágrima que escorre e seca na face
Sem outras que a acompanhe
Sem mão que a cale.
Solidão é perversidade
É dor própria, auto pena
Dos olhos que vagam ao redor
E morrem no relógio parado
Solidão é estima penada
Esperança embutida
Verdade explícita
No que o coração sente
É um verso, uma junção de palavras
Que se perde no oco do solitário


M.E.

Thursday, September 02, 2010

Acorde

Soltem os animais feroses, indefesos contra mim
inspiração busco da revolta deste mundo
que não enxerga, surdo e mudo
a profundidade do absurdo.

Enfim,  é deste absurdo que se vê
crianças buscando o pão do padre
e este dando-as o que a adolescencia lhes daria
falando apenas 'este é o corpo e a vontade de Deus'
'pois maldito os ateus, a igreja é santa'.

Como da caixa colorida cheia de fantasias
se espera a realidade esquecida, os problemas não vemos.
e mesmo que ainda haja a realidade ali presente
o parcialismo caminha junto, indica em quem acreditar.
Em quem votar. A quem matar. Crucificar.

Não veêm que a realidade é de quem procura.
E se hoje você reclama da vida,
a culpa é toda sua.

Wednesday, September 01, 2010

Horário Eleitoral

As asas da morte se fazem brasas vivas
a carne podre daqueles que não morreram
o risco claro de uma sociedade escura
a liberdade mascarada e comemorada.

Mas é claro, todos já aplaudiram isso
milhões de vezes, e gritaram
pensando que haviam ideais a seguir
e um progresso que estaria por vir.

O pobre sujo de lama, do suor
gritando rouco com suas ultimas forças
sob a esperança de que tudo mudará
que o arroz de hoje será o caviar
de amanhã.

Mal sabiam eles que a esperança é arma
na mão dos que detém o poder.
E que aquela caixa é farsa
feita apenas para entreter.
E manipular.

Applesauceless Week

Lately the nights have an added sparkle, like you could, with your smile, just brighten a whole townhouse. Clean energy for everyone around ...