Bem, eu parei de postar coisas pessoais e me dediquei apenas a textos de minha autoria, isso desde o meio do ano passado, mesmo que os textos parecessem desabafos, algumas vezes não passavam de idéias que surgiram e fui escrevendo, como uma máquina de escrever, as vezes até de olhos fechados. É interessante isso. Mas hoje decidi reservar esse post para algo mais pessoal, que eu realmente preciso desabafar.
Em meados de 2009 tudo era perfeito: Eu tinha vários amigos, conhecia novas pessoas constantemente, a escola estava perfeita, o tênis de mesa era todo dia e eu tive dois namoros, um relâmpago e outro nem tanto. Mas ainda assim eu me sentia bem quanto a tudo isso.
Foi aí que 2010 surgiu, e tudo desmoronou, não passei em nenhuma faculdade (passei na PUCCAMP, mas não é dificil muito menos cheio de méritos passar lá, porque apesar de ser uma boa faculdade, é paga e bem mais fácil de passar do que uma pública), terminei meu último namoro, me formei e não ia mais a escola, e passei a trabalhar em Campinas, estudar (cursinho) em Americana e morar em Santa Barbara d'Oeste. Tudo cansativo demais, chato demais e principalmente, solitário demais. O que me acompanhava era a música (e o sono) durante as viagens constantes de ônibus da rodoviária. Me matei no novo trabalho e tive alguns deslizes que possivelmente fizeram as pessoas de lá terem uma opinião equivocada sobre mim: que eu era um fraco, um idiota, um sem-futuro. E de fato, nessa época fui fraco, fiz inúmeras coisas de que me arrependo, coisas essas que não adianta eu citar por aqui, e também não as quero citar.
Fazia cursinho porque não queria desistir antes de tentar de fato, eu fiz cursinho por não querer ir para uma particular, por querer seguir um sonho que algumas pessoas haviam desviado, queriam destruir. Mas sinceramente não achava em hipótese alguma que eu passaria. Pelo menos eu tentava, e queria dar motivo de orgulho para alguém, visto que no vestibular do ano anterior eu tinha decepcionado várias pessoas, que criaram expectativas sobre mim, expectativas essas que nem eu tinha, que nem eu tenho.
Como primeira pessoa a agradecer eu já tenho nessa época que cito, em meados de Março até Junho, Lucas Benedetti, guardo esse nome porque dentre todas as pessoas que eu havia conhecido, nunca tive alguma que tenha sido mais amiga do que ele foi. Devo muito a ele.
Ah sim, claro, fui em festas, fui em baladas, fiquei só por ficar...Tudo legal e bonito, se eu estivesse bem comigo mesmo. Não me arrependo dessa parte do que fiz, mas queria ter aproveitado mais, se viessem hoje provavelmente eu aproveitaria.
E aquela rotina me matava, trabalho/cursinho/casa sucessivamente até os finais de semana, quando eu me distraía, e passava a superar tudo, sozinho. E eu fui superando, cada vez mais.
E agora tenho a agradecer mais um grupo de pessoas, algumas que conheci do meio de 2010 para frente, algumas que eu já conhecia antes, e outras que conhecia só de vista: Amanda Benaglia, Murilo Januario, Vlademir Sciascio, Thomas Domingues (autor do blog, hehe) e Alex Soares. Algumas delas por risadas me ajudaram a superar, outras pelas palavras de conforto. Mas o fato é que meu 2010 se resume a vocês.
Fui no SWU, gritei e pulei como nunca antes, acabei com minha voz nos shows do Avenged e do Linkin Park, um show internacional fazia parte da minha lista de coisas para fazer antes de ficar velho e indisposto. Pois bem, fiz. Em 2010 aprendi também a simplesmente fazer o que eu quero, não esperar que façam por mim, que deixem eu fazer ou qualquer coisa do tipo. Aprendi a ser dono do meu próprio destino.
Dentre essas coisas eu troquei de emprego, fui trabalhar na cidade onde moro e parei de me cansar com a rotina entre três cidades, na verdade não perdi muita coisa, não era reconhecido na empresa onde trabalhei, e não culpo eles, porque eu causei uma má impressão no começo. No novo emprego agora eu era reconhecido, e bastante.
Fiz o ENEM, fiz a Unesp, fiz a Fuvest, fiz a Unicamp. Aquela quantidade gigantesca de vestibulares acabando com os finais de semana do mês de Novembro inteiro. Vi resultados, passei para a 2º fase da Unesp e da Fuvest, Unicamp mais uma vez me presenteou com o "não classificado" que não piscava de alegria nem nada. Mas dessa vez eu não tinha feito apenas 16 pontos e não passado para a 2º fase por mais de 20 pontos, dessa vez eu fiz 53 e não passei por apenas um, mas agora a chance de continuar no mesmo emprego era quase nula, ou a chance de ir pra faculdade era quase nula, visto que minha mãe não queria que eu saísse. Na verdade quando vi os resultados que passei para a fase seguinte, eu já me sentia feliz, eu realmente havia conseguido algo ali, não tinha passado ainda, mas tava lá meu nome em uma lista de classificados no vestibular, deu uma sensação boa.
Eis que fui fazer as segundas-fases. Unesp fui bem em humanas e mal em exatas, para um curso de exatas (Sistemas de Informação) e a Fuvest, bem...melhor não comentar. Abriu inscrições para o Sisu e no primeiro dia eu já estava lá, inscrito as 6 horas da manhã, em Ciências da Computação, na UFSCar, e xingando todo mundo que pedia o cancelamento do sistema porque não conseguia acessar, eu tentava entrar várias vezes durante o dia, e conseguia umas 7 ou 8, tanto que fiz inscrições para diversos amigos meus. Minhas notas nem eram tão boas para eu arriscar assim, mas eu resolvi mesmo assim tentar ir pra São Carlos. Cidade linda, universitária, e faculdade reconhecidíssima na minha área. Nada melhor.
Pois bem, aqui estou eu agora, escrevendo um texto gigantesco de como foram meus dois últimos anos. Escrevendo isso porque eu li, um mês atrás, um "Classificado" exatamente ao lado de onde estava escrito "Ciência da Computação - UFSCar Sede". E pulei, chorei, gritei e tive que aguentar mais um mês de angústia porque diversas coisas, das quais não preciso citar, me impediam de ir para lá. Mas hoje eu leio "Matriculado" ao invés desse "Classificado", e tenho a certeza de que eu posso sim, conquistar meus sonhos e ser feliz. Mesmo que os outros tentem impedir.