e no mundo real...

Não há como explicar um sentimento, não há como explicar a vida se transformando depois de um tempo onde não havia espaço para amor e ódio, talvez apenas pelos pais, mas não assim, intensamente como uma lança jogada sobre os corações, o amor é fatal e irreversível, quem ama sofre e quem sofre por amor sabe como é mais complicado do que qualquer outro sofrimento.

A infância foi jogada fora, parece que abrimos os olhos para a realidade, todas as risadas convertidas em lágrimas, todo sentimento que nos invade é tão intenso, é tão imenso e fatal, como um copo cheio de veneno bebido em um só gole. E é na dose de realidade que tomamos todos os dias, em que nos vemos divididos entre o emocional e o racional. Cada um pende para um lado.

O emocional nos invade, nos faz sentirmos imensamente felizes em um só instante, e tristes ao extremo em outro, esse vai-e-vem de humor nos faz viver mais, mas também sofrer muito mais. Só que vale mais a pena um só momento vivido intensamente, o domínio do sentimento, da vontade, do amor... Do que viver apenas da realidade, do que nos é palpável, do que nos é certo. Porque o certo nunca é o que queremos, muito pelo contrário.

Nossa mente, nosso racional nos mostra o que é fácil ou difícil, o que é plausível e impossível, mas nos julgamos sábios o suficiente para saber cada conseqüência de cada ato feito, não é assim, nunca foi e nunca será. O imprevisível prevalece, a realidade, o realismo humano torna jovens cheios de sentimentos e ideais em velhos conformados com uma vida sem sentimento, sem amor. Digo que seria uma vida sem vida, pois não há vida, não há a certeza de que temos algo a fazer nesse mundo, sem nos deixar sentir, nos deixar chorar, gritar, amar intensamente e sermos amados.

É do amor que nasce a felicidade, mas como tolos são os emocionalmente controlados, pois se apaixonam por pessoas racionais e, apesar de não quererem se deixar sentir, os racionais se apaixonam por emocionais, por românticos. Mas a cada passo, cada barreira imposta, o romântico tem que ser o mais forte, pois não é forte quem não chora, e sim quem luta até o fim por seus sentimentos, chore, grite e sinta a dor, mas não deixe de acreditar.

No fim o romântico se destrói por dentro, pois vivemos em um mundo onde quem não aprende a ser racional não consegue seguir em frente, vivemos em um mundo onde o amor morre constantemente, e somente em nosso imaginário, somente em um texto qualquer escrito por um poeta que sofreu por amor o suficiente para saber o sentimento, somente nesses mundos o amor prevalece, vence. Mas de romântico que sou não mudarei agora, quero lutar até o fim. Quero vencer. Ao menos em uma batalha nessa guerra entre amor e razão.