procurava alguma saída, algum cobertor,
mas nada havia nesse asfalto.
Onde estava sua família?
Seus amigos, sua vida?
Não sei dizer...
Pois ela também não sabe,
ninguém sabe onde se perdeu
o pouco de dignidade que ela teve.
Mas ninguém está em casa agora, querida.
Você é uma estrela só em uma grande avenida.
Descabelada, desalmada, sem ilusão alguma.
Apenas caminha rumo ao seus sonhos,
mas qual é seu sonho afinal?
Não tem nada, nem mesmo uma blusa de frio,
um ombro amigo ou um cachorro de rua.
Você é o cachorro de rua,
implorando por comida nas cidades obscuras,
vendo todos a olharem com desprezo,
nem mesmo algum beijo de boa noite,
um abraço, um copo d'água.
Mal sabe você que seu destino está traçado,
sem perspectiva de um novo pecado,
não há pecados nesse seu mundo, garota.
Mas não há prazer nenhum em pecar,
então menina simplesmente não peca
na esperança infantil que surja algum perdão
algum dia, de algum Deus,
qualquer um que não fosse dos ateus.
Pois somente a fé lhe movimenta agora
e lhe faz querer acordar.
Mas não há ninguém em casa, querida.
Nem mesmo teu próprio Deus.
She wants to go home, but nobody's home...
1 comment:
Profundo...e dramático!
Parabéns Crhis..me surpreendo cada vez mais com seus textos!
beijos
M.E.
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