Dizem, seguindo pelas estradas escuras do limite da alma, que a felicidade o encontra e lhe dá carona. Eu mesmo nunca vi, espero ser verdade. Mas já que tanto faz como fez, não importa o que sonho agora, se meus sonhos são os vazios mais cheios de significados que já vi.
Só tento me lembrar daquela terça-feira...
Um dia qualquer pensa você, hum...me diga, o que há de saber do que tem por dentro de si? Enfim, não fora qualquer terça-feira, era o dia em que começava meu fim. Bela estrofe poética para uma música, não acha? Pois bem, meu fim começa ao entardecer daquela terça-feira. As manhãs particularmente não me atraem. Idéias de que a vida dura mais caso hajam 24 horas por dia são as mais puras ilusões, que tenhamos apenas dezesseis! O intervalo das quatro da manhã ao meio dia é oco e sem significado. Claro, tiremos também a necessidade de dormir, já que é tão frustrante sonhar coisas belas e acordar na sua realidade fria. Mas como dizia, naquela terça-feira conheci uma bela moça, não digo-lhes bela como uma deusa perfeita e cintilante, mas bela no sentido mais puro da palavra. A beleza dela me fazia bem.
Cabelos longos até a cintura, da cor de café recém feito na manhã (ah, essa manhã que me segue!). Eram também dispostos de uma forma que, até mesmo se tentassem o bagunçar em uma brincadeira qualquer, bastava uma passada de mão dentre eles para que estivessem novamente dispostos da forma que os vi.
Seu rosto formava uma espécie de morango, com sua forma igual e algumas pequenas sardas na bochecha, sua aparência era de uma garota tímida, quieta, e, consequentemente, simpática. Do corpo não me lembro muito bem como era da primeira vez que a vi, prefiro reparar nas feições do rosto. Vale muito mais um rosto belo do que um corpo perfeito. Mas o que mais me chamou a atenção foram seus olhos, azuis da cor do céu daquele dia, encaixavam-se como um desenho perfeito em seu rosto. Contudo eram profundos e tristes, indicando que um dia ela já sofreu por alguém. Não sei quem, até hoje.
Eu a vi enquanto caminhava de volta para minha casa, estava de mudança, “indo embora ou chegando?”. Chegando, para minha alegria naquele dia monótono, apenas pensei “estou tão cansado e distante hoje, amanhã procuro o que dizer, talvez...não sei”. É, eu não sabia. E talvez não queria realmente saber, estava sem disposição para novos desafios, venenos, duelos, guerras...Enfim, todos esses sinônimos para relacionamentos.
Continua...
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