Friday, February 11, 2011

Merthiolate

Poderia filosofar...

Talvez a melhor decisão do ser humano seja não se apaixonar, porém nunca se trata de uma decisão de fato, o fato é que transforma-se mais difícil a quem impõe essa decisão, na verdade nenhuma pessoa que diga "não me apaixonarei" irá demorar mais do que quem procura nova paixão. O acaso embriagado é quem move as paixões, nada lúcido transforma amizade em paixão, nada sóbrio transforma dor em prazer.

Mas pode-se sempre enganar um bêbado, fingir ter o que não tem, fugir do ter o que não se quer. Fugir de si próprio, inventar um novo sentimento e o chamar de paixão, amor... Não se faz do espinho uma flor, nem da flor um vazio completo. O que é já foi e tinha realmente de ser. Seja mal ou bem querer.

Eis que então o sonho habita a alma do ser que se dizia impecável, protegido por uma cápsula branca de remédio, amante do tédio e da solidão. Não. Nem que se queira vive-se dessa maneira. A alma e a dor andam lado a lado, nem mesmo o mais belo que o dinheiro pode comprar livra-te da dor de sentir, de não querer sentir, de querer sentir mas não poder de fato sentir. E de ter que parar de sentir, nada dói mais do que isso, nenhuma cicatriz interna é tão profunda, é permanente. Nada se esquece, por fora há apenas uma projeção falha do que realmente se é um ser. Humano.

O mel da vida é se apaixonar, o fel também. A raiva,  a solidão, o amor, o ódio, o rancor, a mágoa, o prazer, o sonho correm juntos, em círculos, dançando conforme a valsa lhes manda. E a valsa manda como um chefe sóbrio e injusto, o prazer forma par com o rancor, o amor com a solidão, o sonho com a mágoa e o ser, bem, consigo mesmo. Nada é mais triste do que se esquecer do seu próprio caminho, se perder em suas próprias vias coletoras. Onde o sinal é sempre verde, mas os acidentes são constantes.

O bom seria não se apaixonar...
Mas, que graça tem a vida sem sofrimento?
O homem pensa... e introspectivamente fica calado.
Não tem uma resposta...

Monday, January 31, 2011

Muita fé e muita luta.

O que eu quero é gritar.
Quem eu quero descobrir?
Eu quero mais me divertir,
Quero meus sonhos perlumbrar,
Quero minha alma evoluir
E meus caminhos alcançar.

O que eu espero é o sucesso.
O que eu quis é a solidão.
O que eu quero é o amor
E nunca quero dizer não.
Da minha pele sai rancor
E meu coração a compaixão.

Pois bem, eu luto até morrer,
E nunca faço coitadismo.
Eu não paro de correr,
Não sou feito conformismo.
Pulo pontes e obstáculos,
Nunca caio em um abismo.

Não sou feito só de carne,
Muito pouco só de espírito.
Reconheço o meu charme,
Mas tampouco meu juízo.
Mesmo que a rima desmaie,
Fuja da métrica querida.
Tenho alma, tenho fome,
Tenho sede da minha vida.

Thursday, January 20, 2011

Queda livre

Eu sinto como se não houvesse amanhã.
Eu quero uma nova heresia, toda a alma curada, toda alma com vida.
Dedilhar nas vozes solitárias cobertas de um pano representando o medo.
E desse medo faço a vacina, dessa vacina me faço novamente.
Como quem não espera nada recomeço a pensar, a tentar e a me esquivar de meus problemas.
Sou reflexo apenas do que passei a ser.
Nada além do que eu posso dizer, em um simples poema escrito de olhos fechados.
Porque esses olhos representam a minha realidade, escura.
Mas essa poesia me representa como um todo, como um nada, como um só povo. Uma só estrada.
E, sob notas de uma melodia cativante, lembro que meus sonhos estão a um passo de mim.
Estou a 2 mil metros de altitude, mas não tenho asas pra voar.
Se o salto ao desejo não alcançar a altura necessária apenas caio em um abismo.
Mas não olho pro chão agora. Agora não...
Nada me faz ter medo, nada me faz querer desistir.
Ninguém vai me parar agora, ninguém muda o que penso agora.
Porque antes eu era apenas uma mente sem uma alma.
Hoje sou mais alma do que mente.
Mais sol, menos lua.
Eu sou hoje, o que procurava ser ontem.
E o que procuro melhorar amanhã.

Friday, December 17, 2010

Caricatura

Tenho tantos receios
Mas honestamente? Não importa
o quanto eu pense, o quanto eu tente entender.
Sempre voltarei na roleta russa
e, em um suspiro de medo
torcerei para ainda não ser minha vez
de dizer adeus.
Sou agora mistura de esperança,
dor, lembranças e despedidas.
Uma folha jogada ao vento,
deixando-se levar para qualquer lugar.
Eu não sei o meu lugar,
provavelmente nunca saberei,
mas quero alçar vôos mais longos.
Um dia ir à praia ao som de 'Vento no Litoral'
e de tarde descansar, como diz na melodia melancólica
que me diz muito em tão pouco.
Sou um tanto poeta, porém poeta pecador da arte de escrever.
Não acho inspiração quando não sinto, e hoje eu não sinto.
Mas choro como criança ao ouvir essa melodia,
não entendo se sou pedra maciça insensível,
ou se apenas poeta buscando sua nova poesia.
Ainda que me procure no espelho, sei meus sonhos,
conheço meus planos como a palma de minha mão.
Apenas não sou aquele garoto, o rei dos tolos com seu trono.
Todavia ainda penso, nostálgico, como seria, como haveria de ser
todo o meu passado com esse novo reflexo que sou.
Não mudaria uma vírgula sequer, um ponto de exclamação,
pois, ao contrário do que diz toda uma multidão, eu aprendi com meus erros,
mas sei que vou novamente cometê-los.
Não dá pra calcular, não é?
As vezes só o instinto age, é assim em uma alma qualquer.
A minha, a sua ou a de quem vier.
Somente sei que hoje sou um pouco mais vida, mas menos amor e esperança.
Um pouco mais festa, mas menos dança.
E com o mesmo olhar perdido, olhando o nada,
esperando que se transforme em algo útil.

Costumo ser, não sei bem o que, apenas ser.

Friday, December 10, 2010

Fechem as cortinas

Enfim existo e nessa afirmação me perco.
Coexisto em minha mente
ou do sentimento em meu peito?

Palavras sábias, poéticas em uma lingua
que não sei falar.
Mas pra que entender agora?
Quem precisa de uma explicação
quando nem mesmo o raciocínio vale a pena?

Sou apenas ator, com o papel principal
de um filme cujo herói não morre no final.
Estou apenas fazendo cena,
mas eu sou o vilão.
Será que vou errar minha fala
quando tiver de dizer um 'eu te amo'?
O vilão merece essa fala também, não é?

É essa epifania, é essa rotina
que faz fim do meu próprio ser.
Mas eu errei o roteiro,
não houve diretor que aprovasse meu teste.
Nem mesmo sei me interpretar,
como interpretaria outra pessoa?

Apenas sei que existo, coexisto
sou um cisto parecendo cisco.
Apenas mais uma alma
precisando de alívio.

Fim da cena.
Aplausos e rosas.

Sunday, December 05, 2010

Areia

Eu vi na lua o que eu não via em mim, vi as flores perfeitas de um jardim. O reluzente do mar em uma cama de marfim. E por um pequeno instante senti que iria voar, só precisava de um pequeno empurrão.

Eu procurei por alguém e não encontrei, eu procurei você, estava lá, no mesmo lugar, mas agora os sentimentos não continuavam sendo os que em verbos eu soube dizer antes. Agora todos eram confusos, e eu te deixei ir embora, sem ver meu rosto.

Eu, sempre eu, procurando nas dores de palavras um sentimento confortante, mas dentro de mim agora não sinto dor, não me sinto mal. Alma apenas quer sentir que está viva, estou vivendo como nunca fiz antes.

Mas ainda procuro a poesia perfeita, uma mistura de romantismo e agonia, de otimismo e pessimismo, o ápice que um poeta possa atingir, com rimas pobres, ricas e sem rimas, com romantismo, simbolismo, barroco. Quero apenas sentir que não sou só mais um que escreve para desabafar.

Eu, o poeta, o sonhador, o realista, o pessimista, o perfeccionista e o inseguro. Sou apenas um ser motivado pela poesia que me move, a minha vida. Acordo apenas pela intensa vontade de ser feliz. Um dia.

Sei, estou ficando dia a dia mais velho, mais cansado, estressado e chato. Cada vez menos poético e romântico, e cada vez mais o adulto realista, que não vê a vida como uma grande brincadeira, como criança, como cada dança que fiz enquanto andava sozinho em meu quarto. Cada música que cantei enquanto ninguém poderia me ver.

Também sei que esse adulto em mim ainda procura a felicidade, seja ela em uma roda com poucos amigos, seja ela em um par romântico na madrugada, ou num pedido de casamento com aquela que seria a mulher de meus sonhos. Sonhador peco em ser, mas desse fruto proibido eu quero continuar a querer. Meus sonhos me dão vida.

Poeta, escritor, sujo, ríspido e certo de que ainda sofrerá muito na vida. Eu sou.
Mas hoje a praia está tão linda ao escurecer o dia, não está?
Acho que irei entrar no mar...
E me libertar.

Wednesday, December 01, 2010

Minuto de Silêncio

Consigo dizer no sábio de meus lábios
que já não provam do afago de uma boca amiga.
Consigo neles dizer o que dentre minhas veias corre?
Não se trata só de sangue, quero me fazer de desentendido
e procurar, dentre hemácias e glóbulos, uma ideologia qualquer,
um sentimento qualquer. Quero chegar e dizer-lhe que te quero,
mas de seus lábios só saem palavras confusas
que me dizem o contrário ou não do que sente.
Você é um enigma pra mim, um quebra-cabeça de sete mil peças
que não se encaixam de forma alguma, você é aquela incógnita
em uma equação matemática que eu não consegui resolver...
Pois então finjo que não ligo, finjo que não quero,
mas dentro de mim não sei fingir, algo conseguiu tocar
o que eu costumava chamar de coração.
Talvez não seja, mas talvez seja. Não sei dizer...
Entretanto, meu lábio te desejou por um instante
naquele diálogo despretencioso, sem motivo, sem sentido.
Controlei esse meu desejo, não me vejo no direito
de roubar o seu livre arbítrio agora.
Somos apenas amigos de mãos dadas, apenas confessores
de nossos pecados cometidos.
Todavia minha mente permanece no instante
em que meus lábios quiseram dizer por mim.

Applesauceless Week

Lately the nights have an added sparkle, like you could, with your smile, just brighten a whole townhouse. Clean energy for everyone around ...