Friday, March 25, 2011

Apnéia

Foi no samba que eu me perdi,
na batucada do meu prazer,
na dança qualquer sem malícia.
Foi lá que encontrei meu veneno
e ali o principio se jogou
em minh'alma que havia desaprendido a viver.
É o conceito do mal, do querer e do fazer.
Mas pra que? Mas pra que?
Apenas estou seguindo meus passos absurdos
sem me importar em conceitos,
em preceitos, em modos de uma sociedade.
Se estou aqui é pra viver.
Então deixe que me deixe.
Levo ao fim, danço e grito bem alto.
Porque estou sem vergonha e sem direito,
sem direção e sem preceito.
Quero mais é me afogar.

Saturday, March 05, 2011

Marca-Texto

Enquanto procurava anotações
em um papel amassado,
em uma alma forjada,
eu relembrava de tudo.
Olhe, tudo foi aqui,
passou e foi embora,
mas realmente existiu,
ainda que por instantes.

O passado é uma faca cega e sem pontas,
só se fere quem procura, quem almeja.
Assim como só queima a pele quem procura o fogo.
Viver é seguir no ritmo, seguir olhando para frente.
O que aconteceu já não importa mais,
o que viveu já não importa mais,
nada importa, nada.
Somente meus pés seguros ao chão
mostram-me o que está por vir.
E ah! Eu estou aqui.
Já não tenho medo, não tenho aquele frio na barriga,
sigo andando e agora sou eu quem escolhe
e serei eu que me decepcionarei, sozinho.
Ou me orgulharei de mim mesmo,
mas não me ligo mais a ninguém,
nenhum elo segura-me em uma corrente,
nenhum veneno de serpente.
Sou apenas eu, a luz e o papel
com o desenho que se forma.

Thursday, February 17, 2011

Essa é pessoal

Bem, eu parei de postar coisas pessoais e me dediquei apenas a textos de minha autoria, isso desde o meio do ano passado, mesmo que os textos parecessem desabafos, algumas vezes não passavam de idéias que surgiram e fui escrevendo, como uma máquina de escrever, as vezes até de olhos fechados. É interessante isso. Mas hoje decidi reservar esse post para algo mais pessoal, que eu realmente preciso desabafar.

Em meados de 2009 tudo era perfeito: Eu tinha vários amigos, conhecia novas pessoas constantemente, a escola estava perfeita, o tênis de mesa era todo dia e eu tive dois namoros, um relâmpago e outro nem tanto. Mas ainda assim eu me sentia bem quanto a tudo isso.

Foi aí que 2010 surgiu, e tudo desmoronou, não passei em nenhuma faculdade (passei na PUCCAMP, mas não é dificil muito menos cheio de méritos passar lá, porque apesar de ser uma boa faculdade, é paga e bem mais fácil de passar do que uma pública), terminei meu último namoro, me formei e não ia mais a escola, e passei a trabalhar em Campinas, estudar (cursinho) em Americana e morar em Santa Barbara d'Oeste. Tudo cansativo demais, chato demais e principalmente, solitário demais. O que me acompanhava era a música (e o sono) durante as viagens constantes de ônibus da rodoviária. Me matei no novo trabalho e tive alguns deslizes que possivelmente fizeram as pessoas de lá terem uma opinião equivocada sobre mim: que eu era um fraco, um idiota, um sem-futuro. E de fato, nessa época fui fraco, fiz inúmeras coisas de que me arrependo, coisas essas que não adianta eu citar por aqui, e também não as quero citar.

Fazia cursinho porque não queria desistir antes de tentar de fato, eu fiz cursinho por não querer ir para uma particular, por querer seguir um sonho que algumas pessoas haviam desviado, queriam destruir. Mas sinceramente não achava em hipótese alguma que eu passaria. Pelo menos eu tentava, e queria dar motivo de orgulho para alguém, visto que no vestibular do ano anterior eu tinha decepcionado várias pessoas, que criaram expectativas sobre mim, expectativas essas que nem eu tinha, que nem eu tenho.

Como primeira pessoa a agradecer eu já tenho nessa época que cito, em meados de Março até Junho, Lucas Benedetti, guardo esse nome porque dentre todas as pessoas que eu havia conhecido, nunca tive alguma que tenha sido mais amiga do que ele foi. Devo muito a ele.

Ah sim, claro,  fui em festas, fui em baladas, fiquei só por ficar...Tudo legal e bonito, se eu estivesse bem comigo mesmo. Não me arrependo dessa parte do que fiz, mas queria ter aproveitado mais, se viessem hoje provavelmente eu aproveitaria.

E aquela rotina me matava, trabalho/cursinho/casa sucessivamente até os finais de semana, quando eu me distraía, e passava a superar tudo, sozinho. E eu fui superando, cada vez mais.

E agora tenho a agradecer mais um grupo de pessoas, algumas que conheci do meio de 2010 para frente, algumas que eu já conhecia antes, e outras que conhecia só de vista: Amanda Benaglia, Murilo Januario, Vlademir Sciascio, Thomas Domingues (autor do blog, hehe) e Alex Soares. Algumas delas por risadas me ajudaram a superar, outras pelas palavras de conforto. Mas o fato é que meu 2010 se resume a vocês.

Fui no SWU, gritei e pulei como nunca antes, acabei com minha voz nos shows do Avenged e do Linkin Park, um show internacional fazia parte da minha lista de coisas para fazer antes de ficar velho e indisposto. Pois bem, fiz. Em 2010 aprendi também a simplesmente fazer o que eu quero, não esperar que façam por mim, que deixem eu fazer ou qualquer coisa do tipo. Aprendi a ser dono do meu próprio destino.

Dentre essas coisas eu troquei de emprego, fui trabalhar na cidade onde moro e parei de me cansar com a rotina entre três cidades, na verdade não perdi muita coisa, não era reconhecido na empresa onde trabalhei, e não culpo eles, porque eu causei uma má impressão no começo. No novo emprego agora eu era reconhecido, e bastante.

Fiz o ENEM, fiz a Unesp, fiz a Fuvest, fiz a Unicamp. Aquela quantidade gigantesca de vestibulares acabando com os finais de semana do mês de Novembro inteiro. Vi resultados, passei para a 2º fase da Unesp e da Fuvest, Unicamp mais uma vez me presenteou com o "não classificado" que não piscava de alegria nem nada. Mas dessa vez eu não tinha feito apenas 16 pontos e não passado para a 2º fase por mais de 20 pontos, dessa vez eu fiz 53 e não passei por apenas um, mas agora a chance de continuar no mesmo emprego era quase nula, ou a chance de ir pra faculdade era quase nula, visto que minha mãe não queria que eu saísse. Na verdade quando vi os resultados que passei para a fase seguinte, eu já me sentia feliz, eu realmente havia conseguido algo ali, não tinha passado ainda, mas tava lá meu nome em uma lista de classificados no vestibular, deu uma sensação boa.

Eis que fui fazer as segundas-fases. Unesp fui bem em humanas e mal em exatas, para um curso de exatas (Sistemas de Informação) e a Fuvest, bem...melhor não comentar. Abriu inscrições para o Sisu e no primeiro dia eu já estava lá, inscrito as 6 horas da manhã, em Ciências da Computação, na UFSCar, e xingando todo mundo que pedia o cancelamento do sistema porque não conseguia acessar, eu tentava entrar várias vezes durante o dia, e conseguia umas 7 ou 8, tanto que fiz inscrições para diversos amigos meus. Minhas notas nem eram tão boas para eu arriscar assim, mas eu resolvi mesmo assim tentar ir pra São Carlos. Cidade linda, universitária, e faculdade reconhecidíssima na minha área. Nada melhor.

Pois bem, aqui estou eu agora, escrevendo um texto gigantesco de como foram meus dois últimos anos. Escrevendo isso porque eu li, um mês atrás, um "Classificado" exatamente ao lado de onde estava escrito "Ciência da Computação - UFSCar Sede". E pulei, chorei, gritei e tive que aguentar mais um mês de angústia porque diversas coisas, das quais não preciso citar, me impediam de ir para lá. Mas hoje eu leio "Matriculado" ao invés desse "Classificado", e tenho a certeza de que eu posso sim, conquistar meus sonhos e ser feliz. Mesmo que os outros tentem impedir.

Friday, February 11, 2011

Merthiolate

Poderia filosofar...

Talvez a melhor decisão do ser humano seja não se apaixonar, porém nunca se trata de uma decisão de fato, o fato é que transforma-se mais difícil a quem impõe essa decisão, na verdade nenhuma pessoa que diga "não me apaixonarei" irá demorar mais do que quem procura nova paixão. O acaso embriagado é quem move as paixões, nada lúcido transforma amizade em paixão, nada sóbrio transforma dor em prazer.

Mas pode-se sempre enganar um bêbado, fingir ter o que não tem, fugir do ter o que não se quer. Fugir de si próprio, inventar um novo sentimento e o chamar de paixão, amor... Não se faz do espinho uma flor, nem da flor um vazio completo. O que é já foi e tinha realmente de ser. Seja mal ou bem querer.

Eis que então o sonho habita a alma do ser que se dizia impecável, protegido por uma cápsula branca de remédio, amante do tédio e da solidão. Não. Nem que se queira vive-se dessa maneira. A alma e a dor andam lado a lado, nem mesmo o mais belo que o dinheiro pode comprar livra-te da dor de sentir, de não querer sentir, de querer sentir mas não poder de fato sentir. E de ter que parar de sentir, nada dói mais do que isso, nenhuma cicatriz interna é tão profunda, é permanente. Nada se esquece, por fora há apenas uma projeção falha do que realmente se é um ser. Humano.

O mel da vida é se apaixonar, o fel também. A raiva,  a solidão, o amor, o ódio, o rancor, a mágoa, o prazer, o sonho correm juntos, em círculos, dançando conforme a valsa lhes manda. E a valsa manda como um chefe sóbrio e injusto, o prazer forma par com o rancor, o amor com a solidão, o sonho com a mágoa e o ser, bem, consigo mesmo. Nada é mais triste do que se esquecer do seu próprio caminho, se perder em suas próprias vias coletoras. Onde o sinal é sempre verde, mas os acidentes são constantes.

O bom seria não se apaixonar...
Mas, que graça tem a vida sem sofrimento?
O homem pensa... e introspectivamente fica calado.
Não tem uma resposta...

Monday, January 31, 2011

Muita fé e muita luta.

O que eu quero é gritar.
Quem eu quero descobrir?
Eu quero mais me divertir,
Quero meus sonhos perlumbrar,
Quero minha alma evoluir
E meus caminhos alcançar.

O que eu espero é o sucesso.
O que eu quis é a solidão.
O que eu quero é o amor
E nunca quero dizer não.
Da minha pele sai rancor
E meu coração a compaixão.

Pois bem, eu luto até morrer,
E nunca faço coitadismo.
Eu não paro de correr,
Não sou feito conformismo.
Pulo pontes e obstáculos,
Nunca caio em um abismo.

Não sou feito só de carne,
Muito pouco só de espírito.
Reconheço o meu charme,
Mas tampouco meu juízo.
Mesmo que a rima desmaie,
Fuja da métrica querida.
Tenho alma, tenho fome,
Tenho sede da minha vida.

Thursday, January 20, 2011

Queda livre

Eu sinto como se não houvesse amanhã.
Eu quero uma nova heresia, toda a alma curada, toda alma com vida.
Dedilhar nas vozes solitárias cobertas de um pano representando o medo.
E desse medo faço a vacina, dessa vacina me faço novamente.
Como quem não espera nada recomeço a pensar, a tentar e a me esquivar de meus problemas.
Sou reflexo apenas do que passei a ser.
Nada além do que eu posso dizer, em um simples poema escrito de olhos fechados.
Porque esses olhos representam a minha realidade, escura.
Mas essa poesia me representa como um todo, como um nada, como um só povo. Uma só estrada.
E, sob notas de uma melodia cativante, lembro que meus sonhos estão a um passo de mim.
Estou a 2 mil metros de altitude, mas não tenho asas pra voar.
Se o salto ao desejo não alcançar a altura necessária apenas caio em um abismo.
Mas não olho pro chão agora. Agora não...
Nada me faz ter medo, nada me faz querer desistir.
Ninguém vai me parar agora, ninguém muda o que penso agora.
Porque antes eu era apenas uma mente sem uma alma.
Hoje sou mais alma do que mente.
Mais sol, menos lua.
Eu sou hoje, o que procurava ser ontem.
E o que procuro melhorar amanhã.

Friday, December 17, 2010

Caricatura

Tenho tantos receios
Mas honestamente? Não importa
o quanto eu pense, o quanto eu tente entender.
Sempre voltarei na roleta russa
e, em um suspiro de medo
torcerei para ainda não ser minha vez
de dizer adeus.
Sou agora mistura de esperança,
dor, lembranças e despedidas.
Uma folha jogada ao vento,
deixando-se levar para qualquer lugar.
Eu não sei o meu lugar,
provavelmente nunca saberei,
mas quero alçar vôos mais longos.
Um dia ir à praia ao som de 'Vento no Litoral'
e de tarde descansar, como diz na melodia melancólica
que me diz muito em tão pouco.
Sou um tanto poeta, porém poeta pecador da arte de escrever.
Não acho inspiração quando não sinto, e hoje eu não sinto.
Mas choro como criança ao ouvir essa melodia,
não entendo se sou pedra maciça insensível,
ou se apenas poeta buscando sua nova poesia.
Ainda que me procure no espelho, sei meus sonhos,
conheço meus planos como a palma de minha mão.
Apenas não sou aquele garoto, o rei dos tolos com seu trono.
Todavia ainda penso, nostálgico, como seria, como haveria de ser
todo o meu passado com esse novo reflexo que sou.
Não mudaria uma vírgula sequer, um ponto de exclamação,
pois, ao contrário do que diz toda uma multidão, eu aprendi com meus erros,
mas sei que vou novamente cometê-los.
Não dá pra calcular, não é?
As vezes só o instinto age, é assim em uma alma qualquer.
A minha, a sua ou a de quem vier.
Somente sei que hoje sou um pouco mais vida, mas menos amor e esperança.
Um pouco mais festa, mas menos dança.
E com o mesmo olhar perdido, olhando o nada,
esperando que se transforme em algo útil.

Costumo ser, não sei bem o que, apenas ser.

Applesauceless Week

Lately the nights have an added sparkle, like you could, with your smile, just brighten a whole townhouse. Clean energy for everyone around ...