Tuesday, May 11, 2010

a morte do poeta

Do poeta não se sabe onde tira-se inspiração
não olha a uma flor que seja, um sonho,
um rosto que veja com sentimento de paixão.
Somente vê a vida, apático, sem sentimento
mas com emoção ao mesmo tempo.

Precisa de algo? Não, nenhum amor, nenhuma flor
nenhuma ilusão, tua vida é como um porão
que precisa de uma limpeza, para que enfim
se veja o que de bonito há por dentro.

A mais pura reflexão, dos sentidos
mudança constante do que pensar
o ex poeta pensante, que insiste em lutar
para manter-se vivo e ter,
do sofrimento vivido, a sua inspiração.

Deste poeta que luta contra si
já não há mais vestígios de revolta,
nenhuma chance da reviravolta.
A morte do ex poeta melancólico
já é dada como certa, e nada
há de impedir a sua meta.

É tão simples o que se diz
do poeta cuja única meta
é ser, enfim, feliz.

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