Nasce, e como nasce...A vida, a alma.
Já que temos de esperar a morte
que podemos enfim, aproveitar
beber água da fonte, ser mais
mais do que apenas um.
Já que temos de morrer um dia
que possamos viver da alegria
que vivamos um dia de cada vez
e saber que é o nosso carpe diem.
Já que sofrer é mal inevitável
que não tenhamos medo de tentar
o ser humano em si já é errado
não vamos fazer de cada escolha
um novo pecado.
E que o amor possa nascer
já que um dia ele vai ter que morrer
Os finais para sempre não existem
mas fazemos o começo e não o fim
lutamos o máximo para a chama
que lá está (e lá está)
continuar...
E que o poeta não pare de escrever.
E que a garota não fique sem amar.
Que a rima não seja só uma prisão
a ter que se libertar.
Sunday, August 29, 2010
Saturday, August 28, 2010
Anagrama da Morte
O medo é sinônimo do anagrama da morte
Teme a vida, o silencio, o pesadelo mudo
Sente na pele d’alma, da vida sente o corte
Mente a si mesmo, faz-se de poeta surdo
O medo teme a vida, depende do terror
Teme o sol, o frio, o vento, o medo seco
Não vem à vida a ver a vertigem do temor
O vento grita a vida, o medo teme seu eco
O pensamento do medo despe o sorrir
Suja, sua pele encara sentido para mentir
Não diz temer a morte ou a própria vida
Não teme a morte, não, odeia o sentir
Fica a tocar ser medo, nunca a partir
Anagrama da morte, tormenta, partida
Teme a vida, o silencio, o pesadelo mudo
Sente na pele d’alma, da vida sente o corte
Mente a si mesmo, faz-se de poeta surdo
O medo teme a vida, depende do terror
Teme o sol, o frio, o vento, o medo seco
Não vem à vida a ver a vertigem do temor
O vento grita a vida, o medo teme seu eco
O pensamento do medo despe o sorrir
Suja, sua pele encara sentido para mentir
Não diz temer a morte ou a própria vida
Não teme a morte, não, odeia o sentir
Fica a tocar ser medo, nunca a partir
Anagrama da morte, tormenta, partida
Friday, August 27, 2010
Banho de chuva
Chove, lave a alma do cansaço habitual
molhe o rosto de grande desespero
renove os sonhos, o saber.
Hasteie enfim a bandeira da vitória.
Se a vida fosse doce, não existiria o sal.
E essa frase não é original.
Apenas retrato do que se faz querer
e acreditar no raio final da glória.
Lavam as mãos sujas de terra, sujas de mal,
brincam como crianças dentre a água.
Querem apenas de dias como esse viver
e das lembranças boas que restam na memória.
molhe o rosto de grande desespero
renove os sonhos, o saber.
Hasteie enfim a bandeira da vitória.
Se a vida fosse doce, não existiria o sal.
E essa frase não é original.
Apenas retrato do que se faz querer
e acreditar no raio final da glória.
Lavam as mãos sujas de terra, sujas de mal,
brincam como crianças dentre a água.
Querem apenas de dias como esse viver
e das lembranças boas que restam na memória.
Thursday, August 26, 2010
A Praia
Veio com o sol molhar
O farol como um olhar
O rouxinol a cantar
Mais uma lua
Veio andando devagar
Cantando como canta o mar
Vagando no estrelar
De um desejo
E o sol gritou seu olhar
Venha, comigo realizar
Nosso sonho, a verdade
Libertar
E te amar.
"Para D.V.M."
O farol como um olhar
O rouxinol a cantar
Mais uma lua
Veio andando devagar
Cantando como canta o mar
Vagando no estrelar
De um desejo
E o sol gritou seu olhar
Venha, comigo realizar
Nosso sonho, a verdade
Libertar
E te amar.
"Para D.V.M."
Monday, August 23, 2010
Messias
Cruzes formam o desenho pálido do desejo rispido
de ter quem longiquamente está, e vai, e já
não se sabe, não se soube bem ao certo o que dizer.
Eles só querem se entreter. Em ruas vazias.
São as feras da noite.
Caminhadas já não mostram o que deviam mostrar
apenas cansam, esgotam, absorvem a energia
do ser extasiado cheio de sonhos e morte.
Vida e sorte.
Secretamente derramado nas páginas de um livro.
Essas páginas, desse livro!
E a alma apenas caminha, cansada.
Esperando a salvação tão prometida.
de ter quem longiquamente está, e vai, e já
não se sabe, não se soube bem ao certo o que dizer.
Eles só querem se entreter. Em ruas vazias.
São as feras da noite.
Caminhadas já não mostram o que deviam mostrar
apenas cansam, esgotam, absorvem a energia
do ser extasiado cheio de sonhos e morte.
Vida e sorte.
Secretamente derramado nas páginas de um livro.
Essas páginas, desse livro!
E a alma apenas caminha, cansada.
Esperando a salvação tão prometida.
Sunday, August 22, 2010
Mentiras
Quem disse que podemos viver para sempre
Quando pudermos voar sobre nosso tempo
Falar a verdade sem sentir a dor do momento
Quem disse que deixaríamos de ser cruéis
Quem diz a verdade não sabe esconder o som
O cheiro, o gosto, da lágrima que cai da dor alheia
Quem diz que não podemos apenas vender
A alegria triste de quem não sabe mais esquecer
Quem diz uma nota de verdade em pobres ouvidos
Toca uma nota de angústia, de saudade, de maldade
Faz a tempestade chegar nesses pobres olhos
Quem disse que poderíamos viver para sempre
Sem nunca mais sentir a dor do tempo, da verdade
Que mora em cada um de nós, ávida por matar
Quando pudermos voar sobre nosso tempo
Falar a verdade sem sentir a dor do momento
Quem disse que deixaríamos de ser cruéis
Quem diz a verdade não sabe esconder o som
O cheiro, o gosto, da lágrima que cai da dor alheia
Quem diz que não podemos apenas vender
A alegria triste de quem não sabe mais esquecer
Quem diz uma nota de verdade em pobres ouvidos
Toca uma nota de angústia, de saudade, de maldade
Faz a tempestade chegar nesses pobres olhos
Quem disse que poderíamos viver para sempre
Sem nunca mais sentir a dor do tempo, da verdade
Que mora em cada um de nós, ávida por matar
O segredo de voar
O Guia do Mochileiro das Galáxias diz o seguinte sobre voar:
Há toda uma arte, ele diz, ou melhor, um jeitinho para voar. O jeitinho consiste em aprender como se jogar no chão e errar. Encontre um belo dia, ele sugere, e experimente.
A primeira parte é fácil. Ela requer apenas a habilidade de se jogar para a frente, com todo seu peso, e o desprendimento para não se preocupar com o fato de que vai doer. Ou melhor, vai doer se você deixar de errar o chão. Muitas pessoas deixam de errar o chão e, se estiverem praticando da forma correta, o mais provável é que vão deixar de errar com muita força.
Claramente é o segundo ponto, que diz respeito a errar, que representa a maior dificuldade. Um dos problemas é que você precisa errar o chão acidentalmente. Não adianta tentar errar o chão de forma deliberada, porque você não irá conseguir. É preciso que sua atenção seja subitamente desviada por outra coisa quando você está a meio caminho, de forma que você não pense mais a respeito de estar caindo, ou a respeito do chão, ou sobre o quanto isso tudo irá doer se você deixar de errar. É reconhecidamente difícil remover sua atenção dessas três coisas durante a fração de segundo que você tem à sua disposição. O que explica porque muitas pessoas fracassam, bem como a eventual desilusão com esse esporte divertido e espetacular.
Contudo, se você tiver a sorte de ficar completamente distraído no momento crucial por, digamos, lindas pernas (tentáculos, pseudópodos, de acordo com o filo e/ou inclinação pessoal) ou por uma bomba explodindo por perto, ou por notar subitamente uma espécie muito rara de besouro subindo num galho próximo, então, em sua perplexidade, você irá errar o chão completamente e ficará flutuando a poucos centímetros dele, de uma forma que irá parecer ligeiramente tola. Esse é o momento para uma sublime e delicada concentração. Não ouça nada que possam dizer nesse momentos porque dificilmente seria algo útil. Provavelmente dirão algo como: "Meu Deus, você não pode estar voando!" É de vital importância que você não acredite nisso: do contrário, subitamente estará certo.
Flutue cada vez mais alto. Tente alguns mergulhos, bem devagar no início, depois deixe-se levar para cima das árvores, sempre respirando pausadamente. NÃO ACENE PARA NINGUÉM. Quando você já tiver repetido isso algumas vezes, perceberá que o momento da distração logo se torna cada vez mais fácil de atingir. Você pode, então, aprender diversas coisas sobre como controlar seu vôo, sua velocidade, como manobrar, etc.
O truque está sempre em não pensar muito a fundo naquilo que você quer fazer. Apenas deixe que aconteça, como se fosse algo perfeitamente natural. Você também irá aprender como pousar suavemente, coisa com a qual, com quase toda certeza, você irá se atrapalhar - e se atrapalhar feio - em sua primeira tentativa.
Douglas Adams - A vida, o Universo e Tudo mais
ps: não resisti, é um trecho do meu livro preferido.
Há toda uma arte, ele diz, ou melhor, um jeitinho para voar. O jeitinho consiste em aprender como se jogar no chão e errar. Encontre um belo dia, ele sugere, e experimente.
A primeira parte é fácil. Ela requer apenas a habilidade de se jogar para a frente, com todo seu peso, e o desprendimento para não se preocupar com o fato de que vai doer. Ou melhor, vai doer se você deixar de errar o chão. Muitas pessoas deixam de errar o chão e, se estiverem praticando da forma correta, o mais provável é que vão deixar de errar com muita força.
Claramente é o segundo ponto, que diz respeito a errar, que representa a maior dificuldade. Um dos problemas é que você precisa errar o chão acidentalmente. Não adianta tentar errar o chão de forma deliberada, porque você não irá conseguir. É preciso que sua atenção seja subitamente desviada por outra coisa quando você está a meio caminho, de forma que você não pense mais a respeito de estar caindo, ou a respeito do chão, ou sobre o quanto isso tudo irá doer se você deixar de errar. É reconhecidamente difícil remover sua atenção dessas três coisas durante a fração de segundo que você tem à sua disposição. O que explica porque muitas pessoas fracassam, bem como a eventual desilusão com esse esporte divertido e espetacular.
Contudo, se você tiver a sorte de ficar completamente distraído no momento crucial por, digamos, lindas pernas (tentáculos, pseudópodos, de acordo com o filo e/ou inclinação pessoal) ou por uma bomba explodindo por perto, ou por notar subitamente uma espécie muito rara de besouro subindo num galho próximo, então, em sua perplexidade, você irá errar o chão completamente e ficará flutuando a poucos centímetros dele, de uma forma que irá parecer ligeiramente tola. Esse é o momento para uma sublime e delicada concentração. Não ouça nada que possam dizer nesse momentos porque dificilmente seria algo útil. Provavelmente dirão algo como: "Meu Deus, você não pode estar voando!" É de vital importância que você não acredite nisso: do contrário, subitamente estará certo.
Flutue cada vez mais alto. Tente alguns mergulhos, bem devagar no início, depois deixe-se levar para cima das árvores, sempre respirando pausadamente. NÃO ACENE PARA NINGUÉM. Quando você já tiver repetido isso algumas vezes, perceberá que o momento da distração logo se torna cada vez mais fácil de atingir. Você pode, então, aprender diversas coisas sobre como controlar seu vôo, sua velocidade, como manobrar, etc.
O truque está sempre em não pensar muito a fundo naquilo que você quer fazer. Apenas deixe que aconteça, como se fosse algo perfeitamente natural. Você também irá aprender como pousar suavemente, coisa com a qual, com quase toda certeza, você irá se atrapalhar - e se atrapalhar feio - em sua primeira tentativa.
Douglas Adams - A vida, o Universo e Tudo mais
ps: não resisti, é um trecho do meu livro preferido.
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