Saturday, October 15, 2011

Do outro lado da rua


Em minha alma, na sua estrada, suas cores, tua casa.
Sou eu dentre ilusões e falácias, vendo-te de longe.
Pensando apenas que tu não és como sou
e nem haveria de ser

Este sou eu, esperando-te de longe, espiando-te de longe.
Se te espero por amor ou por falta dele, não sei dizer,
mas enquanto te vejo dançar, me vejo dançar
e não costumo pensar muito em passos vazios.

Podes rir, podes caçoar-me por ser tão desconcertado,
porém na minha cidade as regras são minhas.
Não me importa qual tua sina, ou tua vontade,
serei o que sou, serei quem restou.
Apenas mais um a te querer, mas bem te quer.
Mal me quer, tu que sabes qual teu ofício,
sacrifício de agüentar o violão leve de fundo,
pois tu gostas do grave e do agudo, não do sereno.
Serei teu sereno, sujeito ameno a não esperar nada.

Vejo-te vindo em minha direção
como quem olha curiosa a um animal de estimação,
sem o interesse de adotá-lo.
Sou mais do que isso, meu amor, não mais tanto meu.
Violetas e rosas, da flor sem cheiro forte,
mas de inteira delicadeza.
És tu sereia, fonte de água que me espera em silêncio.
Quieto apenas penso o que seria a te ter.
Sou quem muito pensa e nada faz, querida.
Não espere uma só árvore caída a te impressionar.
Sou quem impressiona por apenas ser quem sou,
com defeitos, preconceitos, preceitos e lamentos.
Sou quem sente pouco e escreve muito sobre sentimentos.
Não espero mais nada da vida, nem o teu amor.
Deita-te do meu lado, que também estou confuso.
Esse é o insano, um imenso absurdo dentre livros de poesia.
Meus e teus querida. Meus e teus.

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