Monday, July 12, 2010

Copa da Árvore

Pois deixe-me ser mais do que o ar, mais do que penso ser..
solte minha alma como pomba a voar dentre o ar
e neste ar deixo me levar, o vento me busca
dentro de tudo o que quero alcançar, dentro do mar.
Mas ah! Quero apenas descansar na copa de uma árvore qualquer,
buscar inspirações de borboletas, mariposas e cigarras.
Nada melhor que um belo dia para por a mente no lugar, mas que lugar?
Nem meu corpo deve saber aonde eu deveria estar,
porém na sombra aqui estou, inspiração que me faltava
o brilho do olhar daquela moça, doce gosto do amargo...
O prazer do descaso que se fez em tudo isso,
mas ao menos aqui a grama não confunde, nem esconde
o que com olhos não consigo ver ou mesmo prever.
E o sol é apenas cruel, não a mistura de bondade...
Não um pecado em existência. Ah...esse pecado em que desejo viver,
essa dúvida, caminho sombrio que desejo percorrer...
Cada curva me levando a um abismo sem fim.
Folha verde caindo no jardim, o sol pouco a pouco a se esconder,
olhos fraquejando, querendo parar de ver...escurecendo até adormecer.
E o sonho melhor não poderia, melhor não havia
lábio doce a encostar-me, fogo ardente dentre um único afago
pele como pétala de rosa, delicada e convidativa
e tudo acaba-se em um único instante.
Era só um sonho a me atormentar a imaginação
e eu ainda estava embaixo daquela árvore...
Agora a acompanhar o amanhecer.




Tuesday, July 06, 2010

Universo Paralelo

Sim! Deixo-te viver dentre meus laços, desatados nós cegos de prazer
agonia d'alma já inundada como a ostentação da luxúria e o brilho.
Luz cega, cegando através do vidro, o risco de se ter um novo amor.
Corta-me e deixe jorrar o sangue da piedade, talvez tua alma
seja perdoada do descaso no acaso de uma morte sem querer.

Jorra a água, pois seque-a até a última gota de esperança
corra para o ponto mais alto da montanha, no frio do coração vazio
deite-se nos pensamentos, nos sonhos de um novo ideal
e durma ao som do longícuo mar, ao brilhar da longícua estrela.
Que vive sozinha, mas não para de brilhar.

E no amanhecer deixe-se levar, veja a luz do sol refletir ao mar.
Dançando sozinho aquela valsa, vibrando sozinha eterna melodia
e na viagem a um novo universo, sem sair do lugar, estarei
procurando o vinho mais fino, procurando a roupa mais bela.
Lá realizando último suspiro, por não querer ao velho universo voltar.

Monday, July 05, 2010

Risco sublinhado.

Não diga que não vale a pena se você não puder acreditar
apenas deixe se levar por águas marinhas sem direção
deixe acreditar que não há dor no coração (e que há fé)
em alma tão cortada pela faca do desprazer.
Não deixe se levar mais, ou deixe de ser quem tu és
porque se no verso não há mais coesão, a mente é confusa
até a dor de pálpebra insegura, dá voltas e voltas
mas não sai do lugar.
E que lugar? Qual arma hei de usar, qual escolha tenho?
não me faço sereno nem calmo, e mesmo parecendo
sou um turbilhão de pensamentos, de coisas desnecessárias
necessárias ou não ao meu mundo sem sentido.
E tu, se faz de amiga? Ah...tu és, tu és sim amiga
talvez a mais querida das que tenho, como direi...
se me dizes para tentar e não ter o passado como presente
tente também, pois só assim saberá como teria de ser.
Na melodia encontro meu prazer, em letras...em poesia
dia após dia querendo apenas viver, e ter...prazer
como há de ser minha mentalidade sobre a vida
não há papel, não há trabalho (mesmo digno)
que traga em bandeja a felicidade.
Caminhando sigo, a passos largos e lentos
porque não preciso ter pressa, certo?
deixo apenas passar, seguir...ir enfim ao fim
me dê tua poesia, me dê tua inspiração
me dê teu carisma, me dê tua mão
tente apenas deixar seguir, deixar sentir (ou não)
o pulsar, o querer ser um tanto bem maior
e magicamente sinta a liberdade em veias correr.
como d'água fonte a jorrar.

Wednesday, June 23, 2010

Veneno a sufocar

Então a pressão nos vem, e temos que aguentá-la
o ódio que emerge de minha alma, o medo, a raiva
de ter que conviver com o desnecessário
de ter que aguentar a convivência.
  
Não pode trilhar seus proprios caminhos
está preso em uma teia, uma teia de acontecimentos
e o aracnídeo a se aproximar lentamente
admirando sua presa indefesa.
  
Um som de música pesada, a vontade de gritar
e desabafar, não se importando com o que aconteça
poder viver o que é, não fingir outra pessoa
Usar seu veneno, antes que o usem em si próprio.
      
Arrancar com os dentes pedaço a pedaço dessa prisão
Não se trata de sentimentos, dor ou coração
é a raiva habitando a alma, envenenando o ser
é desejar a vida morta, do que da morte viver.

Monday, June 21, 2010

CINZAS

Eu vi o medo em seus olhos menino,
Eu o vi nítido como o claro rebelde do sol
Minhas vertigens e meus sonhos nada foram
Até o momento em que deparei com o sorriso
Ofuscado pelo medo impreciso
Deixado nas recordações do dia seguinte
Vejo-me no espelho que somos
Ambos rindo dos tropeços que levantam
Meus discursos desequilibrados
Tem o crédito de aumentar sua dor
E a explicação poética da vida
Afirma meu desgosto de que não soubeste
Calar minha boca num beijo franco
Amável, suave e cedendo
Das explicações que não tivemos
Dos acasos que ocasionaram um encontro
E nos separam no desfalque das imperfeições
Vê menino, hoje não somos nada
Exceto o calor que nos uniu na noite embriagante
E a ressaca do fogo que nos consome
Somos cinzas que na noite desalmada
Se consolam num abraço de perdão.


M.E.

Tuesday, June 08, 2010

Eis a milonga

Mas diz porque tens medo
mas diz porque não diz
se eu tenho mais medo
da chance de ser feliz
mas diz porque tens tanto brilho
iluminando pesada aurora
mesmo com olhar cansado
tua luz não se esvai agora.
Como chegando o frio lá fora
o cobertor teu de todo fogo
e como uma chama
me invade calor do teu jogo.
Como o jogo não acaba agora
e nem espero que um dia suma
tomo-lhe a coragem, e da tua flor
faço buquê todo de apenas uma.



Quando você não esperar vou te ver, e sei que vou querer...vou passar por ti como apenas um, e de dois formar um par à dançar. Eu sei que vai me ouvir, eu sei que vai escutar, vou rezar por você, pedir só você. E nos vamos deixar levar, nos vamos deixar levar.

Porque você insiste em simplesmente não dizer?
E é só você..

Porque você insiste em simplesmente não falar?
e te querer...


Base/Inspiração:  http://letras.terra.com.br/fresno/1233681/

Thursday, June 03, 2010

O reflexo do espelho

Caso tenha esquecido, tudo o que fui ou sou
deixei de ser no momento em que te vi.
No momento em que me deixei levar,
no momento que me entreguei a ti.
E em ti me vi perder,
perder no meu abismo,
voar dentre lugares que não vi
e conhecer pessoas que não conheci.
Em ti quis me ver novamente,
mas não, nada de mim existia ou restava.
Tornei reflexo do que você era,
me olhei no espelho e vi somente a você.
Nada além dessa imagem, nada...
Mas porque me entrego tanto?
Me torno o que não sou,
me encho de falsas promessas...
Você não é real, nada aqui é de verdade.
O jogar ao chão se reduzirá em cacos,
cacos de vidro cortando meu pé,
mas enquanto estou a voar não estou a sentí-los.
Toda asa se quebrará, todo amor acabará
e o que sobra são as feridas nos cacos de vidro,
a moldura de um quadro quebrado.
E, sem nada a restar, nada a se apegar,
somente sobrará a vida de um ser humano
sem fé, ou coração.

Applesauceless Week

Lately the nights have an added sparkle, like you could, with your smile, just brighten a whole townhouse. Clean energy for everyone around ...